Por Bianca Kirschner
Eu sempre compartilho que algo que ganhei positivamente com as alergias alimentares foi uma compreensão maior sobre as dificuldades que todos os grupos de minorias enfrentam: alérgicos alimentares, celíacos, pessoas com diabetes, autistas, portadores da síndrome de down, cadeirantes e vários outros que formam uma longa lista de condições que precisam de mais inclusão e informações corretamente divulgadas para a comunidade em geral.
Neste mês de conscientização sobre autismo, ao postar sobre nossa solidariedade e atenção a essa comunidade, uma amiga me mandou uma reflexão que quero compartilhar com vocês.
“ Mas sabe que a dificuldade alheia nem sempre é clara aos demais. Muitas vezes não temos noção do quanto especiais são as pessoas. Eu soube mais sobre alergia alimentar, por exemplo, através de ti. Até então nunca passou pela minha cabeça perguntar às pessoas que frequentavam a minha casa. No momento que expomos a dificuldade, as pessoas que nos cercam compreendem os limites”
Receber essa mensagem foi uma grande conexão com o que eu tinha escutado no dia anterior, durante o programa Livre Alimentar “Da dor ao sabor de incluir”, onde Leda Alves estava entrevistando Michele Oliveira @perfeitopedaco. Leda questionou Michele sobre quais desafios que ainda precisamos superar para expandir a inclusão sócio alimentar e a resposta foi incrível.
“Acredito que essa parceria entre pessoas, o cuidado de compartilhar e acolher as pessoas, precisamos ampliar mais esse olhar. Se a gente preparar um aniversário, já sabe que pode ter pessoas com alergias alimentares e não custa nada perguntar, colocar uma frase no convite, ‘mamãe, se tiver alergia alimentar, informe tal número.’ Essa empatia causa um acolhimento e faz toda a diferença.”
Ela prossegue:
“Também falta falar mais sobre isso, mães que têm filhos alérgicos, vocês são o exército da inclusão. Não ache que vocês foram escolhidas para sofrer, vocês foram escolhidas para mudar o mundo, para mudar a forma das pessoas verem as alergias alimentares, vocês precisam falar sobre isso na família de vocês, não ache que alguém vai incluir se você não falar, não explicar, o que é, como ele reage, o que pode e o que não pode. Pois você mesmo só sabe disso, porque está vivenciando, as pessoas não irão buscar um assunto que não é realidade para elas.”
Da nossa parte, seguiremos compartilhando histórias e informações e os convidamos para propagar esse conhecimento e continuar gerando maiores ações de inclusão e de amor.