Jheniffer Veronica Matos é mãe do Murilo Antonio, 5 anos, autista e hoje tolerante a proteína do leite de vaca; e Bella, 1 ano alérgica grave a ovo, trigo, leite, kiwi e glúten.
@jheniveronica
Cascavel – PR
Entrei no mundo das alergias alimentares em 2017. Naquela época, não se tinha acesso à informação nem com médicos nem em plataformas da internet. Em 2021, quando voltei ao mundo das alergias alimentares, eu estava munida de muito conhecimento, sabia onde buscar ajuda e informações seguras.
Com meu menino o diagnóstico foi muito mais difícil: sempre era otite, gripe, falta de cuidado materno, cólicas normais de bebê, anemia. Com a Bella, graças ao meu diário alimentar, o diagnóstico se fez em duas semanas junto com sua estabilização.
Diante de toda minha caminhada, todas as vezes que me vi perdida o que me dava uma luz era o diário que chamo de diário alimentar, mas ele vai muito além. Se todas as mães tivessem a disciplina de preencher muitos diagnósticos seriam fechados corretamente e muitas dietas não teriam tantas restrições desnecessárias.
Nossa rotina precisa ser adaptada de forma que fique segura para a Bella, mas que também atenda o Murilo. Para quem não conhece nossa história, Murilo é autista e precisa de muito suporte; hoje em dia tudo é MUITO bem planejado. Aprendi com o tempo a fazer receitas fáceis e que não preciso levar congeladas, posso fazer em qualquer lugar; a Air Fryer virou minha melhor amiga. Hoje em dia eu já consigo ir a passeios sem marmita pois me adaptei a fazer tudo rápido na hora e é libertador.
Mas mesmo assim, com todo esse cuidado, nosso plano de emergência anda com a gente para todo lugar e nossa bolsinha de medicamentos não sai da bolsa por nada.
Nosso maior desafio quando fechamos os dois diagnósticos, foi o luto dos “filhos perfeitos”, não que os meus não sejam, eles são; mas nós nunca esperamos ter que conviver com o medo dos nossos filhos morrerem por causa de uma simples farinha de trigo. A gente não espera deixar de comer tudo que mais ama da noite para o dia pela saúde de nossos filhos.
Para nascer a Jheniffer mãe de alérgicos e atípica que sou hoje, a “mãe Jheniffer” dos meus sonhos precisou morrer e isso foi o mais difícil.