Seu filho já foi hospitalizado?
Foi no mês de abril de 2019 que Lucas teve uma de suas mais graves reações alérgicas. O contato com o alérgeno ocorreu dentro da nossa própria casa. Um acidente gravíssimo, que mexeu profundamente com o Lucas, que até então considerava a casa dele o lugar mais seguro do mundo.
Nesse dia, entrei berrando no pronto atendimento, solicitando atenção, solicitando que não deixassem o Lucas morrer. Pois ele perdeu a consciência e desmaiou nos meus braços logo que entramos no hospital.
Algumas horas depois, Lucas já estava bem novamente, mas precisou passar a noite no hospital. Não foi a primeira experiência dele. Hoje, já entendemos melhor todo o processo de hospitalização e nos sentimos seguros. Mas isso veio com nossa aquisição de conhecimento dentro do mundo de quem convive com alergias alimentares. As primeiras vezes foram muito dolorosas.
E essas experiências iniciais de quem ainda não tem uma visão do todo, impacta sobremaneira nas famílias; em mães e pais, avós, irmãos. Tudo a partir desse dia ganha nova importância: o que vai comer, onde vai comer, onde vai sentar, onde vai tocar. São momentos de ressignificação da existência.
Seu filho já entrou em um hospital? Nós já perdemos a conta de quantas vezes fomos ao hospital! Lucas, uma criança de 9 anos, entende que enfermeiros têm turnos, que remédios funcionam melhor se dados via acesso venoso, com uma picadinha no braço, além de saber sobre a saturação de oxigênio no sangue.
Felizmente, as hospitalizações são breves, muitas vezes por horas, mas pouco falamos sobre o impacto que essas hospitalizações têm na vida das crianças, que, no nosso caso, são as crianças com alergias alimentares.
Para o Lucas, hoje, hospital é vida e novas oportunidades. Para nós, um lugar necessário, mas que faremos de tudo para evitar.
E você tem uma história de hospital para narrar?
Bianca Kirschner,
Consultora de Viagens com Alergias Alimentares
Mãe de Lucas e Felipe,
é criadora e diretora
da plataforma Conexão Alimentar