Eu acredito que o mundo está melhor

Flávia Ribeiro

Quando eu digo que o mundo está mudando tem gente que não acredita. Mas eu só tenho motivos para acreditar.

No último sábado aconteceu o encerramento anual da evangelização e do grupo de pais que eu e as crianças participamos no Grupo Espírita Francisco de Assis — GEFA, em Niterói. Fomos acolhidos mais uma vez por eles com uma dinâmica que nos aqueceu o coração.

Há umas duas semanas a coordenadora da confraternização me contou que teria um lanche, que ela tem uma tia ótima cozinheira inclusiva e que queria nos propor participar de uma dinâmica. Ela ia etiquetar as comidas com duas cores, dividindo os pratos em convencionais e inclusivos (foto ao lado). Mas só nós saberíamos qual cor era a dos quitutes inclusivos.

Ao final da apresentação, a querida Kátia chamou para o lanche e disse que ele tinha um propósito. “Não sei se todos vocês sabem, mas há alguns anos recebemos aqui no GEFA uma família alérgica que tem nos ensinado muito. E hoje o lanche está dividido em duas cores de etiquetas. Só eles sabem a cor que eles podem comer e vocês vão descobrir que comida boa é comida boa, sendo de alérgicos ou não”.

Fomos pro lanche com os corações imantados de alegria e gratidão e eis que nosso pão de Q e todos os bolos e quitutes meus e da tia da Katia foram consumidos na mesma velocidade que os convencionais.

Somos só gratidão e nos sentimos parte do GEFA desde o primeiro dia que entramos no grupo. Mas atitudes como essa reforçam em nós o sentimento de pertencimento e acolhimento. Não foi a primeira vez que o grupo nos acolheu em nossas especificidades, mas é preciso registrar e agradecer sempre.

Somos GRATOS!

Mais inclusão

Recentemente na turma de Maria o buffet da confraternização entre as crianças e as famílias foi totalmente adaptado às nossas restrições. O chef de cozinha conferiu todos os ingredientes das receitas e foi substituindo, achando tudo muito normal.

Ao ler o cardápio original eu disse no grupo da turma que ela seria a única criança a não ir porque a comida era impossível pra ela e pra família. Um grupo de mães achou que não seria o certo e todos concordaram em adaptar o cardápio. Assim foi feito. Um sucesso. Ficamos gratos, felizes e com as barrigas bem cheias!

Na turma de Joaquim os responsáveis optaram por pedir que cada família leve seu prato e suas bebidas e que possam compartilhar os alimentos, com cada um sabendo o que está comendo, para que a minha família possa participar sem maiores estresses. Na turma de Joaquim sempre encontramos acolhida!

Se eu for lembrar de tudo, tenho muitas histórias positivas ao longo da minha jornada na maternidade e na alergia alimentar. Se tenho aquelas passagens tenebrosas, com gente que me diz para então levar a marmita deles, para comer em casa mesmo se a festa for deles, para não privar os colegas de nada? Tenho, mas eu prefiro colocar o foco no que dá muito certo. E tem dado ao longo dos últimos 14 anos, sempre com muita conversa, muitos posts, muitas informações disseminadas. Mas aqui temos por vocação sermos otimistas e gratos.

Por mais inclusão e respeito sempre. Isso eu acho que é amor. Aquele amor universal e fraterno, cheio de empatia, onde um se importa com o outro e vice-versa!

Sejamos sempre amor.

Flávia Ribeiro Nunes Pizelli, jornalista,
produtora de conteúdo e mãe de alérgicos!
E-mail: ribeironunesflavia@gmail.com

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