Camila Nogueira, mãe da Juju
@filhoalergicomaesurtada
Hoje estou aqui para contar um pouquinho da nossa história na alergia. Falo “nossa” porque além de mim e da Julia, tem uma família inteira que me abraça e me apoia numa rede de acolhimento incrível. Sim, sou uma mãe de sorte! Surtada, mas com bastante sorte!
Juju teve o seu diagnóstico com dois anos e meio. Alérgica grave a ovo e a poeira. E aos oito anos de idade mais um diagnóstico: alergia à formiga.
Ela teve duas anafilaxias no decorrer dos anos e quinze internações. Todas ligadas a asma alérgica.
Nesses anos todos convivendo com antialérgicos, corticóides, “bombinhas” e corridas ao hospital descobri que temos o direito de surtar de vez em quando. Que devemos lutar pelos direitos à inclusão social dos nossos filhos. Que devemos unir a família a favor do bem-estar da criança alérgica. E levantar a bandeira sempre de que alergia não é frescura. De que “aquele pedacinho” faz mal sim.
A alergia envolve muito choro, medo, despreparo, corrida por informações, procura por médicos especializados, tratamentos, vacinas e amor. O mais importante para o alérgico é se sentir amado e seguro para que ele desenvolva autoestima e confiança, e siga a vida da melhor maneira possível.
A luta é diária e vamos conseguir vencer cada batalha para, enfim, chegarmos à vitória. Na alergia, eu precisei me reinventar em todos os sentidos da minha vida. Passei a fazer a gestão dos meus sentimentos e, com a cabeça no lugar, consegui traçar estratégias para me planejar e poder organizar a alergia da Juju como um todo. Deu super certo! Hoje eu posso dizer que temos qualidade de vida na alergia!
A minha vontade de levar esses pilares que me fez ter qualidade de vida na alergia para que outras famílias também pudessem ter, se concretizou em 2020, quando iniciei o Projeto Filho Alérgico Mãe Surtada nas redes sociais. Estudei (e ainda estudo muito), e me tornei Mentora Profissional especialista na organização do dia a dia do alérgico e na transição de carreira das mães que precisam trabalhar de casa e ficarem mais próximas dos filhos.
Hoje, só tenho que agradecer por tudo que tem acontecido. E dizer para você, que ter qualidade de vida na alergia é possível sim! Lembrem, sou uma mãe de sorte!