Dra. Ana Carolina Rozalem
@dra.anacarolinarozalem
A alergia alimentar (AA) está cada vez mais frequente no Brasil e no mundo; e o único tratamento disponível atualmente é evitar o alimento culpado.
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Estudos sobre prevenção tem aparecido cada vez mais nos últimos 10 anos e, como tudo na ciência, nada é uma verdade absoluta; mas muita coisa vem apresentando evidências crescentes de funcionarem.
Vamos pela ordem cronológica do início da vida:
Dieta de grávidas e lactantes:
- Alimentação variada, rica em frutas e legumes e alimentos contendo vitamina D. Mas sem evidencia até o momento em suplementar Vitamina D como forma de prevenir AA;
- Não realizar exclusão alimentar durante gestação e amamentação, exceto se a mãe possuir alguma alergia;
- Evitar consumo excessivo de doces e gorduras trans – é triste mas foi recentemente associado ao aumento de AA.
Primeiro ano de vida do bebê:
- Prevenir o aparecimento de Dermatite Atópica usando hidratante no bebê desde o nascimento, uma vez que a falta de integridade da barreira da pele é um fator de risco importante para AA.
- Possuir um cachorro no ambiente desde o nascimento. Em um estudo famoso, 1 cão diminuiu o risco e NENHUMA criança que possuía 2 cachorros no ambiente desde o nascimento apresentou AA! #doglovers;
- Aleitamento Materno até 6 meses de vida;
- Introdução de alimentos alergênicos entre 4-6 meses de vida. Nunca antes dos 4. As evidências mais fortes são para ovo e amendoim, mas a ideia é não atrasar nenhum alimento como forma de prevenir AA. Todos devem ser introduzidos e mantidos regularmente.
Outros fatores mais difíceis de serem demonstrados, mas provavelmente reais, estão ligados a “assepsia” do mundo moderno:
- Promoção de parto normal
- Vitamina S: contato com a natureza
- Uso racional de antibióticos
- Microbiota intestinal rica e diversificada.