A história de Emanuelle e sua filha Julia, que dá dicas sobre marmitas

Por Bianca Kirschner

Durante nossa recente pauta sobre marmitas, nos encantamos com a Julia, 10 anos, do perfil @diaadiacomalergia.juliaaplv. Ela tem dividido com seus seguidores excelentes ideias de lancherias/marmitas.

Conversamos com a mãe dela, Emanuelle Luciano (@emanuelleluciano2018), de Mesquita (RJ), que compartilhou com a gente um pouco da história da família com os cuidados com as alergias alimentares.

Você já tinha ouvido falar de alergias alimentares quando teve o diagnóstico da sua filha?

Emanuelle –  Nunca tinha ouvido falar em alergia alimentar antes.

A alergia alimentar da Julia foi diagnosticada aos sete anos de idade. Com seis anos, ela sentia muitas dores abdominais e neste momento começamos a investigar. O médico indicou vários exames e foi realizado também o teste de provocação oral até que chegou ao diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca. Hoje, com 10 anos de idade, também foi diagnosticada com intolerância à lactose.

Na sua casa, vocês tiveram que seguir uma dieta de exclusão? Quais foram as maiores dificuldades?

Emanuelle – Sim. Em nossa casa, nós optamos por fazer uma dieta de exclusão radical para que nossa filha não ficasse com desejo de comer o que ela não pode. Nossa maior dificuldade foi não poder fazer pedidos pelos aplicativos de delivery.

O que você gostaria de ter entendido logo no início do diagnóstico e que pode ser usado como dica para as famílias que estão recebendo diagnósticos agora?

Emanuelle –  Eu gostaria de ter entendido, logo no início do diagnóstico, que eu preciso SEMPRE ler o rótulo de todo alimento, mesmo achando que ele não contenha leite. Uma mortadela, por exemplo, pode conter leite; então, leia sempre o rótulo de tudo e, quando tiver dúvidas, consulte o SAC.

O perfil da Julia, atualmente, é repleto de dicas sobre marmitas. Vocês podem compartilhar um pouco sobre essa iniciativa?

Emanuelle –  Como descobrimos a alergia aos sete anos, foi muito difícil adaptar a lancheira escolar à nova realidade, porque até então a Julia comia de tudo sem restrição nenhuma, até mesmo comprava na cantina da escola.

Certo dia, ela chegou em casa e falou: “Mãe, hoje eu tive que lanchar sozinha, porque na mesa do recreio todas as minhas amigas estavam comendo pizza e aquele cheiro foi lá dentro do meu nariz. Eu fiquei com muita vontade e tive que sair porque eu queria comer e não podia”.  Naquele dia, eu chorei muito e jurei que nunca mais ela iria passar vontade de comer nada e foi quando eu comecei a pesquisar receitas e a montar a lancheira dela de uma maneira mais atrativa.

Hoje, procuro fazer um lanche alegre, mais divertido: fruta, bolinho, espetinho de queijo vegetal com ovo de codorna, dentre outros alimentos.

Atualmente, monto uma lancheira muito diversificada e com tudo que ela gosta. Por conta disso, recebo várias mensagens perguntando a receita, pessoas querendo saber qual a marca do chocolate ou a marca do biscoito porque o lanche dela faz sucesso no recreio e as amigas não alérgicas querem comer. Tenho sempre que mandar lanche dobrado porque é certo das amigas pedirem um pouco.

Tem uma dica para deixar aos nossos leitores?

Emanuelle –  Sim, tenho uma dica: sempre congelar. Faço tudo em grande quantidade e congelo para ter sempre a mão quando precisar. Tenho sempre congelado: pãozinho de inhame e bolo.

 

Bianca Kirschner,
Consultora de Viagens com Alergias Alimentares

Mãe de Lucas e Felipe,
é criadora e diretora
da plataforma Conexão Alimentar

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