Em um painel realizado na Inglaterra como parte da Food Safety Conference 2022 da New Food, especialistas se reuniram para debater se os regulamentos de alergia alimentar em restaurantes são suficientes.
Dando início à discussão, uma palestrante, mãe de crianças com alergias, afirmou que encontrar restaurantes com conhecimento confiável sobre alergia era um “acerto e um erro” e, como consequência, comer fora com os filhos era uma experiência “estressante”.
Atualmente, na Inglaterra, os restaurantes precisam fornecer informações por escrito sobre alergias, mas isso não precisa estar no menu, pode estar em um pacote de informações separado ou por meio de um aviso. Ou seja, em restaurantes o cumprimento dessas leis é inconsistente.
Na opinião de outro palestrante, os restaurantes precisam ser proativos em relação aos regulamentos de alérgenos. Ele afirmou que os restaurantes podem fazer isso fornecendo informações oralmente a cada servidor, para que tenham um entendimento profundo das medidas em vigor que precisam ser utilizadas em todos os restaurantes.
Ele também endossou o uso de sistemas de gerenciamento de segurança alimentar como uma alternativa à comunicação oral, o que permitiria que informações sobre alérgenos e como prevenir a contaminação cruzada estivessem prontamente disponíveis para aqueles que trabalham em hospitalidade.
Dentro da indústria da hospitalidade, às vezes pode ser difícil apontar onde está a culpa se alguém tiver uma reação alérgica. Alguns podem argumentar que aqueles com hipersensibilidade alimentar têm a responsabilidade de declarar que têm alergia ao comer fora ou pedir comida para viagem, mas há estudos que sugerem que aqueles com alergias (especialmente os mais jovens) podem sentir vergonha de falar, ou não mencione suas alergias se já tiver comido em algum lugar antes.
Outros dirão que é responsabilidade de quem serve informar os clientes sobre todos os possíveis alérgenos e perguntar à mesa se alguém tem alguma alergia.
Enquanto isso, a chef alérgica a alimentos, consultora de catering e também palestrante, explicou à New Food: “É preciso haver uma lista completa de ingredientes para cada prato de um menu, com uma lista de molhos e acompanhamentos.”
“Todo chef tem que saber quais ingredientes está usando, e eles devem ser anotados de qualquer maneira, para a consistência de qualidade de cada prato. Não é possível que os funcionários se lembrem de todos os ingredientes de todos os pratos de um cardápio, especialmente quando estão sob pressão de tempo e dúvidas dos clientes.”
Refletindo sobre nossa situação no Brasil. Os regulamentos dos restaurantes são rigorosos o suficiente? Não. Os restaurantes estão levando a sério os cuidados com alergias alimentares? Talvez nem todos eles. O que é necessário? Melhor treinamento de pessoal e possivelmente uma nova lei. Quais são seus pensamentos? Conte nos comentários.
FONTE E INFORMAÇÕES:
https://www.newfoodmagazine.com/article/168800/are-restaurants-taking-allergies-seriously/
Bianca Kirschner,
Consultora de Viagens com Alergias Alimentares
Mãe de Lucas e Felipe,
é criadora e diretora
da plataforma Conexão Alimentar