Maio: maternidade e consciência

Bianca Kirschner

Maio é conhecido como o mês das mães! Coincidentemente, também é o mês de Conscientização das Alergias Alimentares.

Aprendi sobre os dois praticamente ao mesmo tempo.

Nada sabia sobre alergias alimentares até me tornar mãe! Foram e são dois assuntos que caminham comigo diariamente há quase 11 anos.

Lucas, meu filho mais velho, tem severas alergias a ovo, trigo, cevada, centeio e aveia.

Quando aprendemos sobre o diagnóstico, também pouco sabíamos sobre como seriam as diferentes fases da vida dele com as alergias. Fomos vivendo, buscando conhecimento e aprendendo.

Existia uma expectativa médica de que suas alergias melhorariam quando ele estivesse no primário, com 6 ou 7 anos, mas isso não ocorreu. Hoje, Lucas faz parte do índice de alérgicos que não adquiriram tolerância quando crianças.

Às vésperas de completar 11 anos, Lucas é um menino que já curtiu diferentes experiências. Sempre tentamos incluí-lo nas atividades que ele gosta ou que somos convidados.

Mas somos uma família que pouco sai para restaurantes, que teme alguns destinos de férias, que comemora datas importantes em casa, que prefere receber os amigos em casa do que deixar o Lucas ir na casa dos outros.

Pela gravidade das alergias do Lucas e ainda pela falta de opções seguras de alimentação e de cuidados terceirizados, ainda somos muito atentos com tudo que ele faz.

A liberdade dele está aumentando, mas ainda é muito controlada. Ele já sabe ler rótulos e comprar lanchinhos industrializados seguros, consegue avaliar e compreender as opções existentes e às vezes decide que não quer correr o risco de consumir algo novo. Também sabe aplicar a caneta de adrenalina e já comunica com mais detalhes suas reações.

Lucas treina sua liberdade ainda sob o nosso olhar.

Na maioria das vezes, ainda sou a porta voz dele, mas temos uma geração jovem de alérgicos adolescentes com mais conhecimento, empoderados da sua condição. Os desafios mudam a cada nova fase da vida deles.

Aqui em casa, ainda pouco sabemos sobre a próxima fase do Lucas e seus novos desafios. Mas continuaremos buscando conhecimento, dialogando e, em breve, acredito que vocês ouvirão o próprio Lucas a falar sobre esse tema.

Nestes quase 11 anos, todos amadureceram. Eu, meu esposo Mateus, Lucas e meu filho menor Felipe, de 5 anos. Sabemos que dois aspectos, entre tantos, determinam o nosso bem estar.

O primeiro é pesquisar e saber muito sobre alergia alimentar e aplicar isso no dia a dia. O segundo aspecto é dividir o máximo possível as informações, para levar conhecimento e acolhimento a outras famílias, difundindo também a necessidade da inclusão dos alérgicos em todos os ambientes.

Assim, sentimos que nos tornamos mais fortes e conscientes para o enfrentamento das situações.

E isso é o que de fato importa!

Bianca Kirschner,
Consultora de Viagens com Alergias Alimentares

Mãe de Lucas e Felipe,
é criadora e diretora
da plataforma Conexão Alimentar

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