Estabelecimentos precisam abraçar a causa dos alérgicos alimentares

Por Bianca Kirschner e Manoel Fernandes Neto

O Conexão Alimentar e todos os outros sites, perfis e propostas pelos direitos dos alérgicos alimentares alertam constantemente que a luta pelos direitos da inclusão ainda é incipiente. A luta ainda está no começo e muitos agentes ainda não se deram conta da importância da inclusão.

Um fato recente ilustra essa situação: uma seguidora e amiga do Conexão Alimentar efetuou uma reserva da família, em que um membro tem uma alergia alimentar, em um hotel renomado. Tudo confirmado, inclusive os trâmites de pagamento.

Após as reservas, essa amiga perguntou em relação a alimentação, porque queria se precaver em relação ao contato cruzado. Perguntou também sobre normas seguidas pela cozinha, receitas específicas, sem glúten, leite, ovo ou qualquer alergênicos.

Para sua surpresa, ela recebe uma mensagem cancelando a reserva. Mais grave, o hotel tentou em um primeiro momento dissimular sobre as reais razões do cancelamento, a presença de alérgicos na família, mas assinalou que era por diversos motivos, em um típico movimento de se abster do debate.

Situação constrangedora, a família acatou, mas fez uma reclamação veemente, a considerar que ela já era cliente deste hotel.

Infelizmente, essa situação narrada não é um caso isolado. Centenas de casos no Brasil e no mundo acontecem todos os dias. Muitos estabelecimentos preferem usar a “tática do avestruz”, de esconder a cabeça sob a terra e fingir que o assunto não existe.

Essas empresas preferem a todo custo evitar um investimento na adaptação de sua cozinha para alimentação segura, na contratação de consultores e cursos sobre o assunto ou na reformulação de seu atendimento. Ignoram uma população de alérgicos que, no Brasil, já são milhões de adultos e crianças.

Mais grave: ao atender uma família com alérgicos, demonstram que não oferecem um mínimo de treinamento aos seus funcionários, muito menos um protocolo franco e honesto em admitir, sem subterfúgios, que não possuem atendimento de alérgicos alimentares.

A causa da inclusão dos alérgicos alimentares é urgente e deve ser disseminada em todos os lugares. A luta pela sensibilização de estabelecimentos para que eles possam “abrir suas portas” a todos não deve ter trégua. Ninguém é alérgico alimentar porque quer ou acha “charmoso”. É algo grave em qualquer nível de alergia e merece respeito por parte de todos.

Por outro lado, é importante divulgarmos as experiência de estabelecimentos conscientes, que, muitas vezes, com poucos recursos, têm atitudes generosas em relação ao tema.

A inclusão de alérgicos alimentares por hotéis, restaurantes, pousadas e afins deve ser encarado com coragem por essas empresas.

E toda a comunidade fará sua parte em disseminar cada conquista e experiência.

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